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4 June 2012

On-line Television - Novos Formatos De TV On-line: A Experiência RGTV News - Como Correu? Próximo Passo?

Há cerca de um mês decidi testar um novo formato de On-line Television produzido em comunidade, utilizando ferramentas e tecnologias livres, sem custos, disponíveis para quem pretender criar um canal de notícias ao vivo através de Televisão on-line.

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A ideia consistia em tirar partido da mais recente tecnologia de transmissão de vídeo para criar um canal de notícias independente, experimental, em comunidade, que transmitiria notícias das maiores cidades do mundo - uma verdadeira on-line television com notícias independentes . Anunciei a minha ideia e planos neste artigo, fiz uma chamada para jornalistas voluntários e parti para a criação deste novo canal de on-line television.

Sou, como sempre fui, um verdadeiro experimentador de media, decidido a enfrentar este desafio, não só porque queria criar um modelo de negócio a partir dele, mas porque pensava que realmente era a altura certa e, pela primeira vez, tentar fazer algo completamente diferente.

As tecnologias existem e são grátis... há banda larga ilimitada para nós a custo zero... estamos fartos da falta de notícias relevantes e personalizadas dos grandes media... que melhor altura para mim, alguém que adora ser um novo explorador de media recrutar um grupo de independentes e tentar isso mesmo?

... ou assim pensei eu.

Não haveria nada para eu fazer se soubesse a solução para todos os novos desenvolvimentos de media que existem. Eu, como você, tenho que sujar as mãos para conhecer. E assim fiz.

Passado pouco menos de um mês e com mais de 20 newscasts publicados on-line na on-line television RGTV News, o meu entusiasmo inicial diluiu-se um pouco, especialmente porque não medi a dificuldade no recrutamento de pessoas para este projecto, em vez de testar e explorar mais.


E assim, apesar dos humildes resultados (apenas um milhar de visualizações até agora) acho que esta experiência foi altamente educativa até agora. E escrever sobre ela publicamente, ainda a torna mais.

Para ser honesto, e já cometi este erro no passado, acho que todos se iriam divertir com a ideia de fazer parte de um canal de noticias independentes em comunidade e contribuir com a sua emissão de 5 minutos. Não foi assim.

A maioria achava uma loucura pedir por esses cinco minutos por dia e propuseram-se a participar um pouco aqui e ali, possivelmente ao fim de semana.

De 12 pessoas que esperava reunir, acabei com apenas quatro, incluindo eu.

Mas todos estes erros permitiram-me revelar aspectos da minha abordagem na edição independente que são absolutamente valiosos para mim. E no espírito de Sharewood que caracteriza este sítio Web (o desejo de partilhar com outros aquilo que temos, independentemente de interesses económicos ou profissionais), decidi partilhar a história do que aprendi até agora nesta nova experiência de media.

 

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Depois de um conjunto inicial de respostas entusiásticas, a maioria dos meus contactos evaporou-se como perfume ao sol. Depois escreverem o quanto achavam uma boa ideia, um a um desapareceram num silêncio eterno para nunca reaparecer. A ideia de ter que parar o seu trabalho para transmitir uma peça noticiosa personalizada de 5 minutos era um desafio demasiado grande para quase todos.

Mas não os estou a culpar... ou não aprenderia nada de útil aqui.

O meu plano é que era defeituoso desde o início e acho que aprendi muito desde falhanço inicial.



O que falhou?

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Crédito da imagem: Laurin Rinder

Perguntar a profissionais de prestígio ocupados para falarem ao vivo para falarem por 5 minutos, 5 dias por semana, sem contrapartidas e num canal que tem o nome de outra pessoa (o meu), é o mesmo que pedir esmola nos semáforos.

É claro que estava tão entusiasmado pela ideia que não vi as coisas desta forma e insisti neste modelo possivelmente demais.

Ao início, e refiro-me à primeira semana de Julho, tivemos possivelmente o maior ímpeto e conseguimos criar uma mini-redacção de quatro pessoas, graças ao apoio e contributos de John Blossom, Eduardo Perez e Mike Shea.

Pode ver algumas das nossas humildes tentativas em fazer um tipo de reportagens informais e alternativas no arquivo do RGTV News channel ou aqui mesmo:

Eduardo Perez

John Blossom

Mike Shea

eu mesmo

Vendo-os agora, até nem eram maus, e até gostei de alguns deles bastante. Em falta estiveram mais repórteres e faltou também uma campanha de marketing e máquina de promoção para dar uma luz contínua a esta nova iniciativa.

Uma óbvia falha foi uma forma de fazer com que a audiência participasse nas reportagens, mesmo assíncronamente, através da entrada de comentários. Analisando esta primeira fase do projecto, acho que foi um grande erro, embora não possa afirmar que tivéssemos muitos comentários sem primeiro termos trabalhado nas frentes de comunidade, marketing e comunicação.

Uma importante consideração é que não consigo criar estes feitos de media mágicos e experimentais se não criar de uma forma séria a minha comunidade. Isto é agora muito evidente e uma grande lição para qualquer editor independente on-line ainda a começar com o termo "comunidade" e que ainda não compreende que sem este componente multimédia poucas actividades conseguem ser conseguidas em colaboração à distância.

Uma comunidade forte, pronta a apoiar, criticar e promover as suas novas iniciativas e projectos serviria maravilhosamente os desafiantes objectivos que projectei.

Realmente as boas ideias, grandes reportagens ou furos tecnológicos não são suficientes quando se referem e levar os indivíduos a fazer algo. Em vez disso é o componente de media social que, quando devidamente cuidado e suportado por pessoal dedicado pode oferecer uma penetração de marketing e acesso a recursos humanos talentosos que não seria possível por outro serviço.

Sintetizando, ainda não sou um bom promotor das minhas próprias iniciativas (tendo a limitar a auto promoção pois acho que pode retirar alguma da minha credibilidade). Não criei uma comunidade de apoiantes e não criei parcerias com ninguém que pudesse potenciar esta fase inicial para uma maior audiência de contribuidores.



O factor tecnologia

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Crédito da imagem: Marius Jasaitis

Para ser honesto, tenho que admitir que a ideia de um canal de vídeo comunitário internacional surgiu pela altamente inovadora e promissora plataforma de emissão de vídeo Mogulus. Mogulus, se ainda não tiver lido nada acerca dele, é uma plataforma de publicação de vídeo que oferece a oportunidade de transmitir vídeo ao vivo na Internet enquanto pode coordenar uma sala de controlo em miniatura e participantes ao vivo / pré-gravados a partir de qualquer localização.

Mas o Mogulus, ignorando as excelentes coisas que faz, não correspondeu. Não tinha a fiabilidade e performance que eu precisava, não me permitia gravar (que agora deixa, apesar de grandes limitações na reutilização dessas gravações) da forma que desejava, não me dava controlo suficiente no reprodutor de vídeo distribuível (problemas com o redimensionamento, transparências, definições) e nos correspondentes ligados à minha sala de controlo virtual.

Decidi então optar por uma abordagem menos arriscada, e sugeri à equipa de repórteres que entrassem simplesmente na sua conta do YouTube e gravassem os seus newscasts directamente aí, o que torna o processo muito simples.

Isto assim, deu-me a oportunidade de "testar" e verificar muito melhor como é que cada um dos repórteres se iriam sair e se iriam ter ou não problemas de qualquer ordem (áudio não estava bom, vídeo de má qualidade, etc.).

Os mais avançados de entre eles tiveram a oportunidade de fazer trabalhos mais avançados, incluindo edição de vídeo e composições picture in picture que lhes permitiam mostrar páginas Web interessantes e novas ferramentas.

Alguns como eu, que estavam limitados a uma localização remota sem ligação imediata à Internet, apenas gravavam com as suas webcams localmente e logo que tivessem uma ligação, enviavam-nas rapidamente para o YouTube. Todas estas abordagens têm os seus prós e contras e parecem-me ser todas elas estilos de formato valiosos que podem ser aplicados nestas situações.

Mas a maior surpresa tecnológica veio da minha necessidade de criar um loop contínuo dos clips noticiosos que surgissem gradualmente durante um dia. Há um mês atrás, as listas de reprodução do YouTube estavam a ter graves problemas, não reproduziam todos os clips e comportavam-se erraticamente. Como a falta de tempo é um factor importante, mudei rapidamente de lado em procura de algumas alternativas nas ferramentas de publicação de vídeo recentemente publicadas.

Lembrei-me rapidamente que o Splashcast tinha um excelente sistema para criar listas de reprodução de praticamente tudo, e tinha a possibilidade de incluir o reprodutor programado em qualquer página Web. E era verdade. Splashcast permite a fácil inclusão no seu sítio Web ou blogue, pode criar programas diários e embora lhe falte uma função de repetição automática, faz quase tudo o que necessito num pacote Web fiável.



O lado humano

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Crédito da imagem: Iryna Kuran

E para quem se tenha voluntariado para estar entre esta nova sala de notícias do RGTV, os problemas eram bastantes.

Não só o factor tempo era importante para todos, mas acima de tudo a logística necessária parecia afastar a maioria dos voluntários iniciais desta iniciativa.

Mogulus muito lento... que webcam devo utilizar?... porque é que este micro não funciona bem.... o que devo vestir... e por aí fora. Todos tinham mil e uma questões que eu não previ.

Também existiram problemas editoriais. Nem todos tiveram a ideia que este não era um canal de promoção pessoal e alguns decidiram ficar magoados por não poderem contar a história do seu grupo ou fundador num canal de notícias globais. Bem... paciência.

Gosto de ser aberto e diplomático mas se pretende fazer uma promoção pessoal, acho que pode publicar essas coisas no seu blogue. Não era preciso que Robin Good criasse um canal para isso...

Como já sabia, estas iniciativas exigem sempre que se seja proactivo, guie passo a passo os seus amigos, seja tolerante e respeite as suas necessidades pessoais. A não ser que esteja disposto a ser uma enfermeira social para cada um deles, será muito difícil que independentemente de gostarem da sua ideia e ter as ferramentas necessárias para o fazer, eles estejam confiantes e motivados para o fazer.

E aqui também aprendi bastante, especialmente em relação à planificação de recursos humanos necessários e tempo para dedicar a todos vocês dispostos a participar. Cada um deles precisa de algum aconselhamento e um pouco de apoio para começar. Não uma lista de erros ou uma reprimenda directa.

Também me lembrei que além da tecnologia, são os indivíduos que escolhem trabalhar consigo e que a clarificação da ideia original é que faz a maior diferença.



O que fazer agora

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Crédito da imagem: Hypermania

Coincidentemente, e sem mérito pessoal, algo me surgiu nesta semana que me sugeriu uma mudança no modelo do canal, especialmente em ver o decréscimo de entusiasmo na minha já de si pequena equipa de repórteres.

Disse a mim mesmo: Bem, se é tão complicado fazer com que estas pessoas façam reportagens e se detesto dizer a todos que estamos neste projecto e que precisamos que mais se juntem a nós, porque é que eu não "agrego" os que já o fazem espontaneamente?

Não está escrito em lado algum que querer ser hoje em dia um produtor de conteúdos contente não é tão inteligente como ser um agregador de conteúdos de alta qualidade?

Eu mesmo realcei o valor deste raciocínio na minha introdução para o anterior artigo de John Blossom Conteúdos On-line: Relevância Da Qualidade vs Contexto Na Publicação Web.

E assim fiz.

Armado com paciência e uma grande dose de curiosidade, fui ver se havia a possibilidade de inverter a minha equação de vídeos do mundo em comunidade, procurando por por conteúdos independentes ou difíceis de encontrar das últimas 24 horas que eu pudesse antever, avaliar, seleccionar e reunir numa compilação diária.

E encontrei muita coisa interessante!

É um trabalho a tempo inteiro... e especialmente se as ferramentas disponíveis para gerir, antever, seleccionar e organizar este oceano de conteúdo vídeo não são MUITO melhores do que o que existe agora. Hoje, tem que ser um super-homem para encontrar bons conteúdos de vídeo neste oceano de lixo. Precisa de saber mesmo o que fazer e o que procura e tem que dedicar bastante tempo a fazê-lo.

Mas quando compreende o anterior, também entende que pode ser uma pessoa como você que pode desempenhar este processo muito inicial, primitivo mas muito útil de filtrar estas compilações de vídeo diárias.

E foi assim. Comunidades de filtragem, independentes ou simplesmente notícias vídeo desconhecidas de todo o mundo numa compilação diária pode muito bem ser um formato valioso para agregar e distribuir eficazmente algum material pouco transmitido ou desconhecido que exista.

É a minha opinião que tal formato agregado alternativo tem tanto valor como a minha ideia original, que pode integrar e cumpre fundamentos sociais agindo como um filtro-agregador natural potenciado por pessoas que oferece, numa área demográfica específica, notícias mais relevantes e informação de fontes que são realmente alternativas aos media dos grandes públicos.

Acompanha tudo isto uma forte direcção editorial, padrões bem delineados na selecção do que pode ou não integrar um projecto destes pode torná-lo numa potencial evolução do Slashdot, que pode ser convertido em centenas de temas diferentes.

Não estou a dizer que serei algum dia capaz de criar uma fonte de notícias tão respeitável, mas estou certamente a facilitar o caminho para que o fizer.



Algumas questões abertas

Devem os dois formatos ser misturados?

- Devo misturar agregação vídeo com contribuições seleccionadas de jornalistas?

- Devo entrecruzar este formato experimental com as minhas notícias pessoais tal como estava a fazer antes de procurar mais jornalistas?

Qual seria a melhor forma de oferecer a participação da audiência?

Um chat? Fórum?

Em que formato?

Como gostaria de ver este canal noticioso a evoluir?




E se ainda não o fez, veja o RGTV News (clique no botão Channel e veja os newscasts anteriores)

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Escrito por Robin Good para a Master New Media e publicado originalmente como "Online New Television Formats: The RGTV News Experiment - How Did It Go? What Next?"

 

Originalmente escrito por e publicado pela primeira vez na MasterNewMedia.

 

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