Internet Video Publishing foi uma das maiores tendências de 2007, e nunca foi tão fácil criar, publicar, partilhar e promover vídeo para a Web.
Crédito da imagem: Andrey Zyk
Neste guia para Internet video publishing, apresento-lhe tudo aquilo que precisa para ficar preparado. Analiso:
Eis os detalhes:
Obviamente que a primeira coisa que quererá fazer é criar o seu vídeo. Existem várias formas que pode utilizar para a sua criação. Aqui estão alguns exemplos:
Video Blogging
Possivelmente o modo mais rápido de iniciar a publicação de vídeo online é criando o seu próprio vídeo blog, ou "vlog". É agora ainda mais fácil do que antes, dada a variedade de instrumentos online simples e gratuitos que lhe permitem criar o seu próprio programa de vídeo.
Video blogs são séries de videos regularmente actualizados que podem ser sobre algo de que você gostaria de falar. Com frequência, os vídeo blogs assumem um formato de "talking head", com o produtor a falar directamente para a sua câmara ou webcam.
Se o tema for bastante interessante, as pessoas provavelmente irão desculpar uma falta de valores de produção. No entanto, existem algumas técnicas fáceis que pode utilizar para melhorar este popular (e possivelmente demasiado familiar) formato.
Eric Beck do excelente Indy Mogul criou esta excelente intro para se certificar que assegura alguma "variedade de filmagens" no seu próximo vídeo blog. Esta é a técnica usada por vloggers populares como o Ask a Ninja e (anteriormente) Ze Frank para tornar os vídeos ao estilo talking head visualmente interessantes.
Se se sente confiante para fazer uma ligeira edição, pode também considerar a adição de alguns gráficos, ou elementos screencast nos seus clips directos. Isto funciona muito bem para a equipa do Rocketboom, por exemplo.
Live Webcasting
Se gostaria de uma aproximação ainda mais fácil poderá tomar umas notas de Robin Good, Justin Kan e do livro de Chris Pirillo e optar pelo webcasting ao vivo como um meio de publicar o seu vídeo na Web.
Isto é realmente tão simples como o registar-se num serviço como o Ustream, Mogulus, Justin TV, Blog.tv ou Operator11, ligando a sua webcam, e transmitindo para o mundo.
Considerando que a sua sessão ao vivo é então gravada, você pode ainda partilhar os resultados uma semana, mês ou ano depois.
O Ustream é possivelmente a mais acessível e actualmente mais estável dessas plataformas, e é a escolha preferencial de Robin Good como aplicação de transmissão ao vivo. Contudo, se gosta de gravar as entrevistas ao vivo com pessoas que estão situadas numa outra localização, o Mogulus e o Operator 11 fornecem boas soluções.
Para obter mais informações sobre esses serviços talvez lhe interesse ler o meu guia para serviços de vídeo ao vivo e a comparação do Robin entre o UStream e o Mogulus.
Entrevistas em Split Screen
Se quiser criar excelentes entrevistas em split-screen, tem também um leque de opções disponíveis. Isto pode ser um modo interessante de discutir os seus pensamentos com contactos online, independentemente da distância em que estejam localizados.
O Sightspeed, que Robin Good recentemente analisou facilita muito a gravação de uma sessão de chat em vídeo, como um ficheiro de vídeo único ou ficheiros separados que pode então editar. Desta forma pode criar uma entrevista vídeo em split screen com a facilidade de fazer uma chamada telefónica. O Sightspeed é compatível com Mac e Windows, portanto é uma solução multiplataforma.
A última versão do iChat da Apple tem ainda melhor funcionalidade , mas é muito limitada pois não corre no Windows. Contudo, se estiver a gravar entrevistas entre Macs, não conheço nenhuma solução melhor.
Para uma solução que grava lado-a-lado, o Blog.TV é possivelmente a forma mais fácil de gravar entrevistas, mesmo se a qualidade estiver um pouco atrás da do SightSpeed.
Remixing e Mashups
Naturalmente, que fisicamente não precisa de gravar nada , e se tiver vontade de criar um video mashup, as opções são quase ilimitadas.
Um mashup utiliza filmagens vídeo existentes e edita-as ou reorganiza-as de formas novas e interessantes. Você pode fazê-lo utilizando as ferramentas de edição de vídeo no desktop ou da Web que apresento em baixo.
Precisa apenas de ter cuidado na utilização de filmagens com copyright, porque lhe podem criar alguns problemas. A melhor forma é pesquisar por clips que pode utilizar legalmente através da pesquisa Creative Commons. Em alternativa, pode utilizar imagens de domínio público - que é livre para ser utilizada por quem assim o desejar.
Se quiser saber mais sobre imagens de domínio público, talvez queira seguir o meu guia para encontrar imagens de arquivo gratuitas.
Screencasting
Outra forma altamente acessível para criar vídeo é criar um screencast.
Resumindo, um screencast é uma gravação de vídeo do seu ecrã, recolhida no seu computador. Esta é uma forma excelente de demonstrar como utilizar uma determinada aplicação, analisar um website.
Existem muitas ferramentas disponíveis para o ajudar a criar o seu screencast e o Loose Wire Blog faz um bom trabalho em reuni-los.
Talvez a melhor ferramenta para screencasting na plataforma Windows é o Camtasia Studio, enquanto que na plataforma Mac podem ser utilizados o iShowU, Screencast e Snapz Pro X.
Opções gratuitas incluem Camstudio para Windows e Istanbul e Wink, que também tem uma versão Windows.
O excelente Jing Project da Techsmith é uma excelente opção gratuita para utilizadores Windows e Mac e talvez a forma mais simples de utilizar uma ferramenta de screencasting. Eu analisei-a anteriormente na Master New Media.
Tendo as suas filmagens em vídeo poderá querer querer editar ou adicionar efeitos. Pode fazer ambas as coisas a partir do seu desktop, utilizando um serviço online grátis.
Desktop Editing e Efeitos
A forma mais simples de editar o seu vídeo é utilizar o software gratuito incluído com o seu computador. Para utilizadores do Windows será o Windows Movie Maker, utilizadores Mac podem utilizar o iMovie e os utilizadores de GNU/Linux podem utilizar o Kino.
Cada um destes programas tem as capacidades básicas de capturar o seu vídeo (seja da sua câmara de vídeo, câmara de capturas fotográficas com funcionalidades vídeo ou directamente da sua webcam) e colocá-lo numa timeline para edição. Poderá também adicionar texto simples, efeitos e transições - tais como fades e dissolves - entre os frames do seu vídeo.
Se pretende subir o nível das suas produções, as ferramentas mais profissionais para o efeito são o Final Cut Pro Studio da Apple e as ferramentas incluídas no Adobe CS3 Production Premium, para além de outros concorrentes como o Sony Vegas e a gama Avid. Conte em pagar uma grande factura por estas ferramentas de tratamento profissional.
Os utilizadores de Mac podem utilizar o intermédio Final Cut Express, que mantém as funcionalidades principais do Final Cut, sem os toques extra que os profissionais exigem. Os utilizadores de Windows podem tirar partido das versões semelhantes do Vegas da Sony.
Para uma alternativa aberta e gratuita, o Jahshaka parece ser um concorrente interessante digno de ser observado.
Quando tiver terminado a edição e chegar à parte onde planeia exportar o seu ficheiro de vídeo terminado, recomendo-lhe que crie o seu vídeo com as seguintes especificações:
Logo que mantenha um rácio de 4:3 ou 16:9, não deverá assistir a nenhuma distorção no seu vídeo
Editar e adicionar efeitos online
Se pretender fazer toda a sua edição e efeitos a partir do seu Web browser, não lhe faltam opções.
Dois dos melhores serviços de edição online são o Jumpcut e o Eyespot, e ambos tornam relativamente simples a importação, trim e adição de títulos e efeitos às suas filmagens antes de partilhar os resultados na Web.
Pode encontrar uma lista de serviços adicionais no guia de edição de vídeo online de Livia Iacolare, ou leia a análise de Robin Good do Jumpcut e Eyespot para saber mais sobre esses excelentes serviços.
Assim, se gostaria de adicionar legendas ou outros efeitos overlay ao vídeo, poderá querer ver o Bubbleply, que testei com o tristemente defunto Mojiti, no meu guia para legendar e dar títulos ao vídeo da Internet.
Onde publicar os seus vídeos irá em certo ponto depender do que for mais importante para si como editor. Uma solução - que apresento em baixo - é publicar simultaneamente os seus vídeos em vários serviços.
Existem agora dezenas de serviços onde pode partilhar o seu vídeo, e variam em qualidade e popularidade. Se tivesse que escolher dos actualmente disponíveis, eu enviaria o meu vídeo para:
Se quiser mais ideias, talvez queira ver o meu guia para onde partilhar os seus vídeos na Web.
Adicionalmente, o Tubemogul oferece uma excelente análise da diferente franja demográfica que utilizam os vários serviços, é vale a pena investigar.
Finalmente, para uma comparação bastante detalhada da qualidade de mais de cinquenta serviços de partilha online, veja o LifeGoggles Online Video Comparison.
Publicação Simultânea
Uma forma de assegurar que o seu vídeo tem bastante exposição online, é publicá-lo simultaneamente em vários portais de partilha ao mesmo tempo.
Existem vários serviços que tornam isto relativamente fácil e permitem-lhe publicar um só vídeo para vários sites sem ter que os visitar a todos. Inicialmente terá que criar contas com os serviços onde pretende publicar, mas após isso, não tem que voltar mais.
Dois serviços que o irão ajudar a publicar rapidamente os seus vídeos em mais de dez serviços são:
Múltiplos Formatos
O vídeo da Web ainda não tem um formato padrão. O mais próximo que tem é o formato Flash FLV, que corre quase em qualquer browser. No entanto, existem pessoas que preferem desactivar o Flash nos seus browsers e outros que rejeitam o formato pois não é Free Software (em termos de licenciamento, não de dinheiro - o Flash é gratuito, mas o seu código não é aberto).
Excluindo esses problemas, as pessoas agora vêm vídeo originalmente publicado na Web em vários dispositivos - desde iPhones e outros telemóveis, a televisões de alta definição.
Uma abordagem para manter todos contentes é oferecer o seu vídeo em vários formatos. Poderá pensar em transcoding - fazer novas versões do seu vídeo em vários formatos. Formatos populares para converter os seus vídeos são:
Para fazer transcode dos seus vídeos tem várias opções também. Pode facilmente converter os seus vídeos online utilizando o excelente serviço Zamzar ou o mais completo e barato Hey!Watch, anteriormente analisado por Robin Good.
Existem dezenas de soluções de desktop para converter os seus ficheiros de vídeo.
Utilizadores do Windows devem testar o gratuito Super, que converte a maioria dos formatos disponíveis. Total Video Converter é uma alternativa barata e é ligeiramente mais simples de utilizar.
Utilizadores do Windows (e Mac) irão ver a maioria dos formatos cobertos pelo Quicktime Pro, uma actualização acessível ao gratuito reprodutor Quicktime. Visual Hub é outra solução acessível que vale a pena investigar.
Utilizadores de Windows, Mac e Linux podem também considerar o totalmente gratuito MPlayer.
No lado profissional, o Episode (Mac), Sorensen Squeeze (Windows e Mac) e o Compressor (incluído com o Final Cut Pro Studio 2), são escolhas populares, mas não são amigas da carteira.
Rentabilizar o seu vídeo é agora muito mais fácil e se decidir enveredar por este caminho, existem várias opções disponíveis.
Se utiliza serviços como o Blip.tv, Revver ou Brightcove para partilhar os seus vídeos, irá encontrar opções incluídas para adicionar publicidade nos seus vídeos. Se optar por este tipo de publicidade, parte dos seus lucros poderão ser gerados a partir da mesma.
E mesmo que não utilize um serviço de vídeo, com funcionalidades de publicidade incluídas, poderá pensar em tirar vantagens de serviços como o AdBrite InVideo, que serve anúncios sobre o seu conteúdo de vídeo existente (veja a minha análise do AdBrite InVideo aqui).
Isto é antes de pensar nas possibilidades de vender publicidade no vídeo ou acordos de patrocínio - mas ter uma hipótese nestas opções terá que criar um número apreciável de espectadores regulares. De momento, existem apenas uma mão cheia de produtores de vídeo que ganham a vida desta forma, mas 2008 poderá ser o ano em que isto irá mudar.
Para mais informação talvez queira ver o meu anterior guia para rentabilizar o seu vídeo Web, a excelente lista de "sites que pagam" de Scott Kirsner ou o próprio guia de Robin Good sobre rentabilização e marketing para o vídeo Web.
Licenciar o seu vídeo utilizando Creative Commons pode ser uma forma eficaz de deixar que as pessoas saibam o que podem ou não fazer com o seu trabalho.
Licenças Creative Commons dão-lhe várias opções que permitem que as pessoas partilhem o seu vídeo, ou façam remix, sob os termos que aprove. Isto significa que se aplicar, por exemplo, uma licença "atribuição share-alike" ao seu trabalho, pode dar a quem encontra o seu trabalho a permissão de partilhar e mostrar o seu vídeo, logo que lhe seja dado crédito e sejam incluídos os termos de licença para que outros possam fazer o mesmo.
Compare isto ao tradicional copyright, onde a utilização do seu trabalho está extremamente limitada a não ser que directamente lhe seja pedida permissão, e é fácil de perceber que ao atribuir ao seu vídeo uma licença CC irá ajudar as pessoas a espalhá-lo com confiança, partilhá-lo com amigos, adicionar os seus comentários - ou até, se o escolher - mixá-lo nos seus trabalhos.
Pode licenciar o seu trabalho adicionando uma nota no local da descrição no seu website ou incluindo uma referência à licença no próprio vídeo - talvez no fim do clip.
Agora que o seu vídeo chegou à Web, mas infelizmente também o de milhões de outras pessoas. Como pode certificar-se que o seu vídeo é visto?
Assumindo que já fez uso dos serviços de publicação simultânea listados antes, e deu ao seu vídeo uma licença Creative Commons, para se certificar que as pessoas o partilham, existem mais algumas coisas que pode fazer para ter atenção:
assim, se o seu vídeo é sobre como escrever a primeira entrada num blog utilizando o Wordpress, por exemplo, pode adicionar tags (separados por vírgulas, geralmente) para "wordpress", "wordpress blogging", "blogging", "blog", "first blog", "beginner's wordpress". Quanto mais descritivas as tags que utilizar, melhor.
Alguns serviços de partilha permitem-lhe seleccionar o seu próprio thumbnail que qualquer posição no clip. Outros, como o Youtube, utilizam o clip mesmo a meio do vídeo como thumbnail, dando-lhe duas alternativas adicionais nas suas opções. A estrela de vídeo viral "Nalts" dá dicas sobre como definir um thumbnail eficaz no YouTube.
Se tem um blog, fale sobre o seu novo vídeo. Se utiliza o Twitter, Facebook, del.icio.us ou outros serviços de social media, certifique-se que publica um link para o seu vídeo num, ou preferencialmente, em todos eles. Pode também pensar em escrever uma entrada no Squidoo ou Hubpages relacionada com o seu vídeo, e fazer assim uma promoção cruzada.
O importante é fazer com que o seu vídeo seja linkado - ou melhor, incluído - no maior número de lugares possível.
Se quiser saber mais sobre como criar o seu vídeo na Internet, talvez queira seguir os seguintes recursos:
Escrito originalmente por Michael Pick para a Master New Media como: "Internet Video Publishing: A Beginner's Guide"