Serviços de rede social (Social Networking) on-line existem há já algum tempo, com o MySpace, Bebo e Facebook a liderarem. Um destes, no entanto, afastou-se da concorrência, tornando-se numa tecnologia inovadora.
Há pouco tempo atrás o Facebook era uma variante popular dos serviços de rede social (Social Networking), diferenciado pela sua base de utilizadores, conceito e funcionalidades específicas. No entanto, as diferenças entre o Facebook e MySpace ou Bebo não eram muitas. Tudo isso mudou com o lançamento da Facebook Platform.
A Facebook Platform abriu esta, já de si popular, tecnologia a terceiros, com os resultados a serem nada menos que impressionantes. O que tem agora, para além de um sólido conjunto de funcionalidades de Social Networking, é a possibilidade de agregar todos os seus conteúdos e serviços favoritos, de toda a Web, e controlá-los a partir do seu perfil Facebook.
Quer esteja interessado em mensagens instantâneas, Twitter, slide shows de fotografias, partilha de música ou vendas através de classificados, já não precisa de visitar vários sítios Web diferentes para tudo isso. O Facebook tem tudo.
Neste guia de iniciação ao Facebook, eu analiso:
Aqui estão os detalhes:
O Facebook é descrito pelos seus criadores como:
''uma utilidade social que liga pessoas com os amigos e aqueles com quem trabalham, estudam e vivem. As pessoas utilizam o Facebook para se manterem a par sobre os amigos, enviar um número infinito de fotos, partilhar links e vídeos, e saber mais sobre as pessoas que conhecem.''
Muito antes do lançamento da Facebook Platform, o Facebook era um serviço de rede social com uma audiência primariamente composta por adolescentes e estudantes.
De forma semelhante a serviços como o MySpace, o objectivo principal era interligar utilizadores e partilhar ideias, fotos, música e comentários. Útil e suficiente para reunir contributos de milhões de subscritores, mas nada comparado com o impressionante crescimento que o Facebook está a testemunhar. Não estão só os registos a aumentar, mas o grupo demográfico também está a expandir-se, com cada vez mais jovens adultos a utilizar o Facebook, para além da sua audiência juvenil.
O súbito interesse está directamente ligado à abertura da Facebook Platform, que permite a programadores de todo o mundo criarem as suas próprias aplicações do Facebook. Essencialmente abre todo o mundo dos conteúdos on-line para fácil agregação na existente funcionalidade de rede social, por isso os utilizadores podem criar um perfil e rede pessoal de amigos enquanto tiram partido de todas as suas ferramentas e serviços on-line favoritos.
Longe vão os dias em que o Skype, Twitter, mensagens instantâneas, rede social e pesquisas em classificados tinham que ser realizadas em vários destinos on-line diversos. As aplicações do Facebook adicionam tudo isto e muito mais à sua página de perfil.
Esta é de facto uma tecnologia inovadora que revoluciona completamente o mundo das redes sociais e espaços de agregação de conteúdos e o seu impacto é sentido no mundo das Web widgets, páginas iniciais e, claro, destinos RSI como o agora moribundo MySpace.
Aqui está uma abertura que não estamos acostumados a ver em iniciativas Web de milhões de dólares, onde cada vez mais a perspectiva de paredes fechadas parece dominar. No entanto, sinto que breveremente iremos assistir a seguidores.
No centro, o Facebook tem um sólido conjunto de funcionalidades de rede social que não só facilitam a criação do seu perfil de utilizador mas também a interacção com os outros membros da comunidade que adiciona como amigos.
O desenho e navegação são extremamente limpos, especialmente quando comparado com a horrível confusão que é o MySpace. Existem várias formas de seguir amigos potenciais presentes na rede, tanto através da lista de contactos de e-mail, local de trabalho, escolas ou colégios ou uma pesquisa genérica. Quando amizades são travadas - tão simples como 'adicionar' outro utilizador a partir do seu perfil - o Facebook pergunta-lhe o quanto conhece a pessoa que adicionou à sua rede.
As funcionalidades comuns de e-mail e mensagem são todas elas evidenciadas, como a partilha de fotos e a possibilidade de actualizar o seu 'estado actual' (o que está a fazer ou como se sente) a partir da página do seu perfil. Cada perfil tem uma 'mural', um lugar onde tanto o utilizador e visitantes podem deixar mensagens.
De cada vez que actualiza o seu estado, adiciona um aplicação ao seu perfil ou edita informação, é tudo gravado e transmitido para os seus amigos, que podem controlar as suas últimas actividades. Embora possa ser estranhamente intrusivo ao início, pode ser uma ferramenta valiosa para descobrir informação e dicas úteis para quem estiver na sua rede.
Há muito possuindo a funcionalidade de partilhar entradas de blogues, vídeo, áudio e links, o Facebook tem tudo o que seria de esperar de uma ferramenta de rede social de alta qualidade. Mas as ferramentas de rede social on-line são abundantes nos dias de hoje e o que distingue o Facebook dos seus concorrentes é a sua inovadora capacidade de agregar conteúdos de qualquer lugar da Web.
Foi a abertura da Facebook Platform para o público geral (ou pelo menos a parte composta por criadores de aplicações) que criou ondas. Pois embora o Facebook já tivesse um grande sucesso como serviço de rede social, só agora se tornou numa tecnologia inovadora com a capacidade de agregar o seu conteúdo Web mais importante num só lugar.
O Facebook, tal como está, dá-lhe um serviço onde pode:
É claro que isto é a ponta do icebergue, mas o importante a reter é que ao abrir os seus portões (e API aos programadores externos, o FaceBook conseguiu rapidamente expandir as suas capacidades de forma eficaz. O resultado foi um merecido aumento no número de utilizadores.
Então o que é que faz com que a blogosfera fique estonteada com a Facebook Platform e o seu impacto?
Bem, o tema recorrente é o gesto ousado de se abrir a programadores externos e, em consequência, as opções de agregação de conteúdos disponíveis para quem passar algum tempo a utilizar as aplicações Web de uma ou outra forma.
O que dizem os criadores de aplicações
Jason Berberich da Berbs.US escreve:
''Embora o Facebook não permita aos utilizadores modificar o aspecto das páginas (na minha opinião, uma das suas melhores funcionalidades), abre-se para os programadores externos com uma API impressionante e que está bem documentada. As aplicações existentes podem ser agora integradas directamente na plataforma para que pareçam fazer parte do sítio Web e ideias e aplicações de negócio completamente originais podem (e serão) criadas pelos seus utilizadores.Adoro como Zuckerberg pensa numa relação a longo prazo com o Facebook. Podia ter vendido a empresa e ficado com o dinheiro ou enchido o sítio Web com montes de anúncios, mas não o fez. Em vez disso, está a construir uma plataforma que tornará o Facebook num dos sítio Web mais poderosos (e rentáveis) nos próximos anos. Está a fazer tudo bem, segundo vejo. Simplesmente genial."
O entusiasmo de Berberich reflecte o de centenas de programadores que agora têm a possibilidade de criar aplicações para o Facebook, ou converter aplicações Web existentes para o serviço, aumentando o seu alcance e, mais importante, o mercado.
Ao dar aos programadores uma documentação de qualidade e um convite em aberto para participarem na plataforma, o CEO Mark Zuckerberg reuniu créditos suficientes por ter dado este passo e abrir a indústria, e se calhar muito bem.
O que pensam os insiders da indústria da tecnologia
Michael Arrington da TechCrunch apoia esta ideia e enaltece a mudança para uma plataforma aberta e acessível para os programadores como uma verdadeira antítese para a abordagem fechada que se pensa ser o maior entrave para o moribundo concorrente MySpace. Arrington nota que:
"As vantagens são nos dois sentidos. Não só os programadores têm acesso total aos mais de vinte milhões de utilizadores do Facebook, como o Facebook se torna numa excelente plataforma para aplicações de terceiros.A estratégia do Facebook é quase o contrário da do MySpace. Enquanto que o MySpace se preocupa com widgets de terceiros, fechando-as ou adquirindo-as, o Facebook está agora a abrir as suas funções centrais a todos.''
Por isso, enquanto que o MySpace continua a bloquear ferramentas e acessórios de terceiros para proteger os seus interesses e lucros de publicidade, o Facebook teve sucesso em tornar-se no destino de rede social de eleição, dando aos utilizadores exactamente o que queriam - a possibilidade de escolher de entre várias alternativas em vez que estar limitado a um só serviço.
Esta é a tendência que demarca a Web 2.0 da sua antecessora e foi inteligente da parte da equipa do Facebook tomar esta decisão enquanto que os outros fazem exactamente o contrário.
O que pensam os utilizadores
É claro que não são só os programadores que sorriem e no centro de qualquer rede social estão os seus utilizadores. Segundo a minha perspectiva, esta mudança ousada para os programadores externos é fundamental para levar o Facebook a um novo nível.
Robert Scoble insere o Facebook no contexto do conjunto de serviços de agregação e micro publicação que têm imensa popularidade e realça que o Facebook:
''Compreendo totalmente porque é que o Facebook se está a tornar o maior actualizador de rede social e de presença na Web. Se for adicionado à minha lista Facebook Friends (é fácil, é só pedir) irá ver que associa uma série de coisas numa página.Os meus vídeos do Kyte estão lá. Os meus tweets do Twitter estão lá. Os meus itens partilhados, como links para blogues ao Google Reader estão lá. E muito mais. Além disso, pode visitar cada um dos meus 500 amigos e ver as suas coisas.''
Por isso, além de poder agregar o conjunto de serviços que utiliza na Web num só lugar, outra das melhores coisas que o Facebook tem é a possibilidade de seguir o estado dos seus amigos e adições mais recentes ao seu perfil através de um feed. Esta é uma excelente forma de saber as melhores aplicações vendo o que está a ser utilizado na sua rede social.
Embora exista um grande consenso a favor das alterações ao novo Facebook, o serviço não deixa de ter detractores ou alguém que tenha questões e dúvidas sobre as suas afirmações e o hype que está a gerar. As razões para não gostar do Facebook são tão diversas como as razões para gostar.
Uma funcionalidade do perfil do Facebook que tem detractores é o "mini-feed" que mostra cada uma das suas acções e dos seus amigos numa linha temporal pública pouco diferente da do Twitter. A diferença é que com as actualizações do Twitter, você decide o que é partilhado, enquanto que com o feed do Facebook todas as suas acções são vigiadas e transmitidas.
O autor do blogue ComPromise, escreve que:
''Acho assustador que actos que antes eram pessoais e longe do escrutínio de outros são agora postos em altifalantes para todos. Sim, isto não é informação que antes não existisse, mas a diferença é acessibilidade. É como a funcionalidade de aniversário: se o aniversário dos seus amigos não surgisse na sua página principal, todos teriam menos mensagens de parabéns pois menos pessoas saberiam.Igualmente, pode sempre ver em que grupos está o seu amigo e, se estiver suficientemente interessado, ver novas adições ou remoções. No entanto, a informação é então acessível a poucas pessoas dedicadas. Agora, as pessoas que nem o conhecem e serão informados"
Comentários semelhantes foram feitos noutros lugares em relação à propensão do Facebook de certa maneira assediar os seus utilizadores. No lado positivo deve ser referido que apenas os utilizadores que adicionou como amigos terão acesso à informação sobre que aplicação instalou e vice-versa, mas para alguns isto é invasivo em vez de útil.
Para mim, no entanto, acho ser uma adição útil pois consegui encontrar excelentes aplicações simplesmente seguindo o que outros da minha lista de amigos descobriram. Tudo se resume ao quanto quer partilhar e embora infelizmente possa eliminar itens da sua linha temporal, não se pode livrar do feed do seu perfil, que alguns preferiam fazer.
Quão Aberto É O Facebook?
Sam Sethi na Vecosys não detesta o Facebook mas questiona a abertura do Facebook. Numa análise dos termos e serviços do Facebook, Sethi consegue referir algumas cláusulas que sugerem que a abertura da plataforma tem grandes limitações. Conclui:
''Irá o Facebook impor uma taxa aos widgets com sucesso? Está a parecer que sim. Irão eles criar as suas versões concorrentes? Está a parecer que sim. Podem retirá-lo da plataforma quando lhes apetecer? Parece que podem. Podem mudar as bases onde trabalha? Parece que podem. Tem uma relação próxima com esta plataforma, tornando segura a criação de uma empresa numa widget de 20 milhões de utilizadores? Não me parece.Acho que o Facebook viu o MySpace e aprendeu a lição: existem muitos programadores por perto. Criaram uma plataforma que parece abrir o seu mundo de uma forma emocionante. Mas mantêm o controlo e farão uso dele de forma tão implacável como o MySpace quando necessário".
E embora os termos de serviço discutidos no artigo do Sethi não ofereçam detalhes sobre planos nefastos por parte da equipa do FaceBook, parecem sugerir que quem pretender criar um negócio baseado no sucesso do FaceBook deverá ter cuidado.
O Facebook como pouco original
Uma das (dez) críticas ao Facebook de Anne Zelenka no seu artigo para o Web Worker Daily é que não há muito de novo. Ela escreve que:
''Tem mensagens semelhantes a e-mail, lista de contactos, lista de eventos, um mercado ao estilo do Craigslist, actualizações ao estilo do Twitter e bloguing através da aplicação Notes. Vejo porque querem ser um ponto único para interacções virtuais mas, de qualquer forma, a sua implementação parece débil em comparação com a minha solução favorita. Prefiro uma abordagem de melhores do grupo para as minhas ferramentas de comunicação on-line."
O perigo de acordo com esta linha de pensamento está ao tentar fazer tudo a partir da sua estrutura, o Facebook poderá acabar por não fazer nenhuma delas tão eficazmente como as várias ferramentas e serviços já existentes, direccionadas a uma tarefa ou objectivo específico.
Há algo a dizer a estas críticas, embora o Facebook não tenta substituir as ferramentas e serviços existentes mas sim facilitar a sua reunião e acesso à sua informação a partir de uma ligação.
O grande número de aplicações disponíveis para o seu perfil do Facebook pode ser impressionante ao início. Mas rapidamente encontrará um conjunto de ferramentas que correspondem ás suas necessidades. Se quiser criar slide shows de fotografias ou publicar directamente na sua conta do Twitter, há uma aplicação para responder a todas as necessidades que se possa lembrar.
Numa grande parte, as aplicações que escolhe integrar no seu Facebook pessoal serão uma questão de gosto. Aqui estão algumas ferramentas que se realçam em termos de utilidade. Pessoalmente utilizo:
Deve ser mencionado que quando se regista para uma conta no Facebook irá ver incluídas por defeito um conjunto muito útil de aplicações. Os meus favoritos deste conjunto são a ferramenta Posted Items, a partir da qual pode inserir 'entradas em sítios Web, blogues, vídeos, músicas e conteúdos no FaceBook como perfis, fotos, notas, grupos e eventos.'
Tudo isto se resume a um impressionante conjunto de conteúdos agregados de todos os lados da sua vida on-line, reunidos numa funcionalidade de rede social.
Seja qual for a sua opinião do Facebook não se pode negar o seu grande impacto. Isto deve-se em grande parte à abertura da plataforma a desenvolvedores externos - de muitas formas inédito na indústria.
Como consequência, o Facebook conseguiu ir de uma ferramenta de rede social bem organizada para um repositório de conteúdos sociais. Ao permitir-lhe reunir a maioria das suas ferramentas e serviços favoritos da Web e reuni-los num destino de fácil navegação, o Facebook conseguiu algo inédito.
Aqui pode combinar as funcionalidades de rede de sítios Web de RSI, as capacidades de partilha de imagens e de vídeo do Flickr ao YouTube, as funcionalidades de transmissão do Twitter e Jaiku, mas mais importante que tudo isto - a possibilidade de reunir os seus recursos mais utilizados num só espaço.
Quer queira criar uma forma simples de partilhar ideias com pessoas com as mesmas ideias que as suas, colegas ou amigos ou promover-se e ao seu conteúdo on-line, o Facebook vale a pena a visita. Sou capaz de afirmar que se se registar numa só rede social na Web, o Facebook deverá estar no topo da sua lista.
Se quiser saber mais sobre o Facebook, talvez queira seguir os seguintes links:
Escrito por Michael Pick para a Master New Media e publicado originalmente como: "Online Social Networking Turns Disruptive Technology: A Beginner's Guide To Facebook
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