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4 June 2012

Open Social: Nova Plataforma De Rede Social Da Google - O Que É E Porque Interessa

Enquanto que gigantes de redes sociais como o MySpace e Facebook criaram gigantescas comunidades on-line utilizando protocolos e abordagens proprietárias, um novo grupo de empresas lideradas pela Google estão a abraçar uma abordagem de padrões abertos para redes sociais que pode realmente revolucionar as redes sociais como as conhecemos hoje.

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Crédito da imagem: Danny Sullivan

OpenSocial é um conjunto de interfaces de programação (APIs) que irá permitir que programadores independentes criem aplicações que correm em qualquer rede participante, utilizando os dados armazenados nessa rede.

Richard MacManus escreve:

"OpenSocial não é uma rede por si mesma, em vez disso é um conjunto de três APIs que permitem que os programadores possam aceder às funções centrais e informação de redes sociais:
  • Informação de Perfil (dados de utilizador)

  • Informação de Amigos (gráfico social)

  • Actividades (coisas que acontecem, coisas ao estilo de feeds de notícias)

A nova API será suportada por vários intervenientes no espaço de redes sociais, incluindo: Hi5, Plaxo, LinkedIn, Orkut, Ning e Friendster e a plataforma de bloguing Six Apart. Vendedores de software empresarial Salesforce e Oracle completam a lista de potenciais apoiantes da plataforma, enquanto que programadores de widgets como a RockYou, Slide, iLike e Flixster juntaram-se como "aplicações contribuintes" para a nova plataforma de media social.

Wired News escreve também que "A participação da LinkedIn, Salesforce e Oracle sugere que os frutos da OpenSocial podem incluir um segmento de aplicações de rede social empresariais, muito diferentes da orientação lúdica das aplicações do Facebook e MySpace."

Por outras palavras, Open Social leva o conceito da plataforma Facebook e converte-o num padrão aberto que pode ser adoptado por qualquer pessoa na Web. Open Social é uma forma para que todos façam o que o Facebook já fez na sua plataforma de rede social.



Aqui está a história completa:

 

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Crédito da imagem: Danny Sullivan

Introdução




Open Social é uma plataforma de rede social que permite que os programadores criem "contentores" (tais como .....) e "aplicações plug-in " que funcionam dentro delas. É muito semelhante ao conceito do Facebook e a sua miríade de aplicações plug-in que viram um fantástico crescimento em meses recentes, com uma diferença fundamental, pois enquanto o Facebook obriga os programadores a utilizarem uma linguagem de desenvolvimento própria para escrever estas aplicações, a nova plataforma Open Social funciona com base em padrões abertos existentes tais como HTML e Javascript, deixando que qualquer serviço de contentor ou futuro criador de plug-ins entrem rapidamente a bordo.

De um ponto de vista mais técnico, o Open Social é uma API Web aberta que pode ser suportada por dois tipos de programadores:

a) "Contentores" -- sistemas de rede social como Ning, Orkut, LinkedIn, Hi5, Friendster e ...

b) "Aplicações ou Apps" -- estas aplicações podem ser incluídas em sistemas de contentores como o LinkedIn, Flixster, Rockyou, iLike e Slide.



Como referido antes, este é o mesmo conceito utilizado pelo Facebook, mas com duas diferenças fundamentais:

1) Com a plataforma Facebook, apenas a própria Facebook pode ser um "contentor" -- "apps" podem apenas correr dentro da própria Facebook. Em contraste, com o Open Social, qualquer rede social pode ser um contentor Open Social e permitir que aplicações Open Social corram nela.

2) Os programadores do Facebook têm de trabalhar com linguagens e APIs proprietárias do Facebook tais como a FBML (Facebook Markup Language) e FQL (Facebook Query Language). As aplicações desenvolvidas com essas linguagens não funcionam em mais lado nenhum. Por outro lado, os criadores de aplicações que trabalham com a Open Social podem utilizar os padrões HTML e Javascript, e as suas aplicações poderão correr onde quer que exista um contentor Open Social.




O Lado Técnico


A API Open Social é totalmente baseada em HTML e Javascript. Se sabe HTML e Javascript, pode desde já começar a programar para a plataforma Open Social.

De acordo com Marc Andreessen, e de um ponto de vista técnico, Open Social é implementado como uma "API plug-in", ou "plataforma Nível 2".

"Por outras palavras, não é uma Web services API -- pelo contrário, é uma forma pela qual aplicações externas se "liguem" a um ambiente anfitrião (ou "contentor"). Assim, para além de aparecer literalmente nas páginas de um contentor, a aplicação externa pode utilizar chamadas em Javascript para recolher todo o tipo de informação útil do conteúdo e desempenhar todo o tipo de funções úteis dentro do contentor, tais como "dê-me uma lista de todos os amigos deste utilizador" ou "injecta este evento no feed de actividades deste utilizador"."

Uma das vantagens positivas disto é que já que o Open Social oferece chamadas de API padrão, "nada irá evitar que os contentores implementem Javascript adicional ou APIs Web services para fornecerem funcionalidade adicional aos programadores".

A este respeito, os programadores de Open Social podem optar por utilizar aplicações avançadas que fazem coisas especiais mas que funcionem apenas em contentores Open Social selectos ou para manter compatibilidade total com todos os contentores Open Social existentes.

Essencialmente, o Open Social torna padrão o conceito e utilização de uma API plug-in para que, nem os ambientes anfitriões de rede social (contentores) nem as aplicações externas desenvolvidas que se ligam a elas nunca tenham que inventar qualquer API plug-in dedicada ou escolher de entre várias APIs plug-in concorrentes.




Open Social e Open Standards


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Crédito da imagem: Danny Sullivan

Funcionalidades de destaque:

Open Social padroniza a funcionalidade normal mas não limita ou impede a inovação de forma nenhuma.

"Muitos padrões morrem cedo porque são demasiado complicados e difíceis de implementar. Open Social é o que se deseja num padrão -- é suficientemente abrangente para se fazerem coisas úteis, mas suficientemente limitado para ser de fácil implementação, tanto para os contentores como para as aplicações."

(Fonte: Marc Andreessen)


Open Social já corre em vários contentores diferentes, incluindo Ning, Orkut, Hi5 e LinkedIn e em muitas aplicações, como iLike, Flixster e Slide. Também existem exemplos ao vivo, como o iLike, da mesma aplicação a correr em vários contentores -- Ning, Orkut e Hi5 -- oferecendo a interoperabilidade que a especificação Open Social promete.

A beleza de tudo isto é que qualquer programador poderá utilizar ferramentas de desenvolvimento Web padrão para criar aplicações Open Social sem ter que aprender outra linguagem de markup ou query proprietária.




Oportunidades para Programadores


Os criadores de aplicações do Facebook de hoje acabaram de receber boas notícias -- poderão utilizar todo o trabalho dispendido na criação das aplicações para o Facebook e criar versões Open Social muito facilmente... e ao fazê-lo, têm acesso a um maior número de utilizadores -- perto de 100 milhões de utilizadores através dos parceiros iniciais da Open Social, mais do dobro de utilizadores que o Facebook tem hoje.

Como um programador de aplicações, não há razão nenhuma para escolher entre o Facebook e Open Social. É fácil fazer ambos. O maior esforço já foi feito -- criar um novo conjunto de páginas iniciais em HTML e Javascript é quase trivial e é isso o que tem que fazer com a sua "versão" para Open Social e trabalhar em contentores Open Social como Ning, Orkut, Hi5 e LinkedIn.

Se hoje tem um sítio Web, e quer convertê-lo numa aplicação Open Social, é talvez ainda mais fácil do que "converter" uma aplicação Facebook. Utiliza apenas as páginas iniciais em HTML e Javascript e crie uma versão dessas páginas que utilizem a API Open Social. QED.




Consequências para os Editores On-line


Para editores independentes on-line o problema fundamental para a utilização do Open Social é: "Como vou manter vários conjuntos de páginas iniciais para o meu blogue no Facebook e Open Social, para além do que já necessito para tornar o meu sítio Web visível em browsers Web normais e visualizadores móveis?"

De acordo com Marc Andreessen, "quase todos os sítios Web que querem avançar e deseja distribuição máxima no maior número de utilizadores terá um só back-end e então vários conjuntos de páginas iniciais" e mais especificamente:

  • Um conjunto de páginas padrão em HTML e Javascript para consumo por browsers Web normais.
  • Outro conjunto de páginas em HTML e Javascript que utilizam as chamadas de API em Javascript da Open Social para consumo em contentores/redes sociais Open Social.

  • Um terceiro conjunto de páginas em FBML (Facebook Markup Language) que utilizam as APIs proprietárias do Facebook para consumo no Facebook como um a aplicação Facebook.

  • Talvez um quarto conjunto de páginas adaptadas para o iPhone da Apple e/ou outros dispositivos móveis.

  • As boas notícias no meio disto tudo, como Marc Andreessen também realça, é que estas páginas Web podem ser criadas e servidas "pelo mesmo código back-end", tornando o trabalho de converter páginas iniciais para cada plataforma diferente num jogo de crianças.




    Conclusões


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    Zachary Rodgers escreve na Clickz:

    "Alguns caracterizaram esta acção como uma tentativa de descredibilizar o Facebook através de uma aliança com várias redes sociais de segunda e terceira linha (actualização: a rede social de primeira linha MySpace também participa oficialmente) e alguns programadores de aplicações (i.e. "criando um gangue"), alguns bloguers afirmam que irá falhar, devido ao interesse por parte do Google e a fraca audiência dos parceiros iniciais do OpenSocial.

    Caso o projecto tenha sucesso, os marketers poderão criar aplicações definidas em várias plataformas de redes sociais sem contratarem exércitos de programadores."


    Isto é muito, muito bom para a Web. Open Social é o tipo de padrão que os programadores Web adoram e que facilmente podem utilizar.



    Baseia-se no HTML e Javascript, muitas pessoas podem suportá-lo e será inter operável.

    Richard MacManus escreve:

    "Para os programadores existem muitos benefícios. Podem criar uma aplicação que funciona facilmente em todos os parceiros Open Social. E podem utilizar HTML, Javascript e Flash normal - em vez de utilizarem as linguagens proprietárias que o Facebook impõe aos utilizadores.

    Ainda não é totalmente claro quais serão as vantagens para os utilizadores. Suponho que vá existir alguma interoperabilidade - p. ex. quando um utilizador se junta a uma rede social Ning, podem existir restos no seu perfil e dados do Friendster. Será esta a funcionalidade de 'exportação' que as pessoas na indústria como o Marc Canter têm pedido? Ainda fica por saber."


    Michael Arrington, CEO da Techcrunch aponta: "Quantas mais plataformas destas forem lançadas, mais escolhas difíceis têm os programadores a fazer. Existem custos associados com a criação e manutenção das aplicações para estas redes sociais. A maioria dos programadores, baseados numa análise custo/benefício escolhem uma ou duas plataformas e ignoram o resto.

    O Google pretende criar uma forma simples em que os programadores criem uma aplicação que funcione em todas as redes sociais. E se o conseguirem, estarão no centro, controlando a rede."

    Marc Andreessen, inventor da Netscape e agora líder da plataforma de rede social Ning (uma das adoptantes iniciais dos benefícios da nova plataforma Open Social), realça estes pontos:

    "Nenhum padrão pode de forma alguma antecipar todos os diferentes casos de utilização e cenários que as pessoas podem criar.

    Os padrões tentam antecipar todas as falhas dos casos de utilização, porque são demasiado complexos e geralmente impossíveis de implementar.

    Os padrões que padronizam o comportamento que é claramente padrão, permitindo a possibilidade de inovar, têm sucesso. A história neste tipo de coisas é bastante óbvia, e o Open Social está no lado correcto...

    ...Os programadores facilmente irão escrever tanto para o Facebook e Open Social, e têm todas as razões para o fazer -- na realidade, mais de 100 milhões de razões para o fazerem."


    Finalmente, se como eu, gosta de questionar um pouco de tudo que é demasiado bom ou brilhante, aqui está um comentário de Andy Beard que recomendo ler: "Se o Google finalmente conseguir interligar e indexar todas as suas actividades on-line, irá saber absolutamente tudo sobre si on-line, e serão bem capazes de cometer erros.

    Se não tiver lido o fantástico retrato do Google por Cory Doctorow, quando pergunta "What If Google Were Evil" em "Scroogled" sugiro que reserve 20 minutos a isso mesmo."



    Google Campfire One vídeo sobre Open Social - (para programadores)

    duração: 57'




    Leituras Recomendadas


    Marc Andreessen - Open Social: Social Applications For The Web Are Now Coming

    Marc Andreessen - Open Social: screencast e capturas de ecrã

    Wired - Google Aims to Break Open the Closed World of Social Networking

    Clickz - What's Google's OpenSocial Project Mean for Marketers?

    TechCrunch - Details Revealed: Google OpenSocial To Launch Thursday

    Read/Write Web - Google OpenSocial: The Third Place

    Andy Beard - Google Reputation Management Disaster With Open Social




    E veja também:

    Documentação OpenSocial

    Sandbox Open Social para testar aplicações

    Carta de Direitos da Web Open Social





    Escrito por Robin Good para a Master New Media e publicado originalmente como: "Open Social: Google's New Social Networking Platform - What Is It And Why It Matters"

     

    Originalmente escrito por e publicado pela primeira vez na MasterNewMedia.

     

    Robin Good -
     
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