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4 June 2012

Design: Os Cinco Princípios De Joshua Porter Pelos Quais Fazer Design

Pessoalmente, vejo-me frequentemente envolvido num processo ou decisão de design. Não interessa se estamos à procura de formas de melhorar a rentabilização dos meus sítios Web ou de lhe facilitar a publicação de arquivos de videoclips ou como permitir que os leitores pesquisem vários radares noticiosos, tudo se resume a fazer boas escolhas de design.

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Crédito da imagem: Tracy Ebden e Logoboom - Montagem por Robin Good

O problema é que as nossas instituições culturais e educacionais ensinaram-nos e incutiram em nós a ideia de que o mais é sempre melhor e que um excelente design pode ser conseguido através da adição de um grande número de bons elementos visuais.

Nada poderia estar mais longe da verdade.

Mas também tudo depende de como define "design".

Para mim, o "design" não é mais do que a criação de algo que estava na nossa mente. A capacidade de conceber, planear e desenhar algo para uma utilização ou experiência específica.

Para fazer um processo com êxito, onde o resultado final é algo que facilitará o uso e a apreciação da sua ferramenta ou produto, a sua capacidade de ver a essência do objectivo final da sua criação enquanto elimina gradualmente tudo o que é desnecessário para atingir esse objectivo sem esforço, é muitas vezes a maior expressão de exercer um "bom design".

Nathan Shredoff dá uma boa definição:

"O design é um conjunto de campos para a resolução de problemas que utiliza abordagens centradas no utilizador e que compreende as necessidades do mesmo (para além de requisitos profissionais, económicos, ambientais, sociais e outros) para criar soluções de sucesso que resolvem problemas reais.

O design é utilizado com frequência como um processo para criar alterações reais num sistema ou mercado.

Com demasiada frequência, o design é definido apenas como uma resolução de problema visual ou comunicativo devido à predominância de designers gráficos."

Se é apaixonado pelo design e sobre a criação e partilha de conteúdos, informação e ferramentas que outras pessoas irão adorar utilizar, poderá querer ver estes cinco princípios básicos que Joshua Porter da Bokardo transmite tão claramente.

Intro por Robin Good

 

Cinco Princípios Pelos Quais Fazer Design


por Joshua Porter




1) A tecnologia Serve O Ser Humano

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Com frequência as pessoas culpam-se a elas próprias pelas falhas da tecnologia. Quando o seu computador crasha, dizem "Devo ter feito alguma coisa estúpida".

Se um sítio Web tem um mau design, dizem "Devo ser estúpido. Não o consigo encontrar". Podem até virar-se para um livro para Tolos para acertarem.

Isto é horrível! As pessoas nunca se deveriam sentir como uns falhados quando utilizam a tecnologia.

Tal como o cliente, o utilizador está sempre correcto. Se o software crasha, é culpa do criador do software. Se alguém não consegue encontrar alguma coisa num sítio Web, é culpa do criador do sítio Web. Isto não significa que o designer tenha que se sentir envergonhado... podem considerar esta uma oportunidade de aprendizagem!

A maior diferença entre os bons e maus designers é a forma como abordam as pessoas que estão com dificuldades nos seus designs.

A tecnologia serve o ser humano O ser humano não serve a tecnologia.




2) Design não é Arte


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A Arte é sobre expressão pessoal. É sobre a vida, as emoções, os pensamentos e ideias do artista.

Pouco interessa o que os observadores fazem, a sua actividade não é um requisito, apenas a sua apreciação. O exercício da Arte não os exige. É uma actividade necessária para o artista, e só para o artista.

O design, por outro lado, é sobre o uso. O designer necessita que alguém utilize (não só que aprecie) a sua criação.

O design não serve o seu propósito se as pessoas não o utilizarem. O design ajuda a resolver problemas humanos.

O maior elogio que podemos associar a um design não é que é belo, como fazemos na Arte, mas que é bem utilizado.

Ao contrário da Arte, o Design é sempre contextual. Interessa quando um design foi criado devido ao contexto do seu uso: que problemas é suposto resolver? E para quem? Em que ponto no tempo? É por isto que o design é tão relacionado com a tecnologia... e porque a tecnologia muda tão rapidamente os nossos designs também têm que o fazer.

Um design de sucesso há dez anos atrás hoje poderá nem ser digno de registo. A História está repleta de designs fantásticos que já não são necessários.

A arte de qualidade, por outro lado, tem sempre estilo. Apreciamos o David de Miguel Ângelo embora pudéssemos recriar um milhão deles porque foi a tarefa e a expressão de um só homem. E isso nunca irá desaparecer.

Um grande Design depende da altura em que é feito e do problema que digna resolver. Mas não a Arte. A Arte é intemporal.

O teste Litmus. Quando as pessoas apreciam Arte dizem "Eu gosto disto". Quando as pessoas apreciam Design dizem "Isto funciona bem". Isto não é por acaso.

Bom Design é algo que funciona bem.




3) A Experiência Pertence ao Utilizador


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Os designers não criam experiências, criam artefactos para experimentar. Esta subtil distinção faz toda a diferença, pois coloca o designer ao serviço do utilizador e não o contrário. Isto não elimina a inovação, não impede um designer de ir para além do que é considerado moderno. Apenas significa que a experiência de um design não acontece simplesmente porque o designer assim o diz, acontece quando o utilizador assim o refere.

A maior experiência é quando algo acontece no utilizador, e é deles. É sua pertença.




4) Excelente Design é Invisível


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Uma propriedade interessante de excelente design é que é dado como adquirido. Funciona tão bem que esquecemos que um esforço criativo esteve associado na sua criação.

Por vezes, tal como uma simples colher, o objecto é tão simples que parece óbvio e ignoramos que num ponto da história não o foi. Outras vezes, como no caso do automóvel, o objecto é tão sofisticado e no entanto tão simples de utilizar que nos esquecemos dos milhões e milhões de horas humanas que foram sacrificadas para o colocar neste ponto. É uma pena... todos os bons designs têm uma história. E todo o design tem por trás um designer ou designers que tentaram tornar o mundo num lugar melhor ao resolver um qualquer problema.

O mau design é óbvio porque custa a utilizar. É estranho, difícil e complexo.

Numa grande ironia, o mau design é mais fácil de reconhecer do que o bom design. Bate-nos na cabeça com toda a força.

Devido ao seu sucesso, o bom design é frequentemente invisível.




5) A Simplicidade É A Maior Sofisticação


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Como disse Saint Exupery, “Em tudo, a perfeição é finalmente obtida não quando não há nada mais a adicionar, mas quando nada mais há a retirar.

A simplicidade é uma linha constante: saber o que manter e o que tirar... é como magia quando funciona, porque nenhuma complexidade é transmitida para os utilizadores... apenas simplicidade.

É o maior feito para um designer.




Artigo original por Joshua Porter publicado a 5 de Março, 2007 como "Five Principles to Design By" na Bokardo.



Sobre o autor

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Joshua Porter é o editor da Bokardo, um sítio Web sobre Web design social. Neste momento é o Director de Web Development na User Interface Engineering, uma empresa de pesquisa de comportamento sediada em North Andover, Massachusetts. Aqui ele conduz pesquisa avançada sobre como as pessoas utilizam sítios Web e produtos. Dá também a anual User Interface Conference, uma das conferências com mais sucesso na indústria.



Créditos das Imagens
Scanner manual: Tyler Olson
Carro Vermelho: Criança com Playstation: Leah Anne Thompson
Prato: Ann Todolskaya
iPod: Apple

Joshua Porter -
Reference: Bokardo [ leia mais ]
 
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